sábado, 19 de outubro de 2013

Da saudade...

Então, faz quase um mês que eu não posto aqui.. na verdade, quase um mês que não escrevo nada não ligado ao meu mestrado... E eis que me bate um fulgor de inspiração, movido pela saudade infindável que tenho da minha linda Aline...

Saudade é um bicho complexo. Um peso no coração que parece que não passa, e que fica mais intenso quando se vê ou se fala com a pessoa amada... Pode ser saciada com o toque, com um abraço, um beijo carinhoso, mas não cessa a distância - descobri isso na carne.

Skype, Facebook, Whatsapp, e-mails - todas maneiras de meramente contornar a saudade, não de derrota-la. A cada nova conversa, o peso fica maior, o buraco mais fundo, a tristeza mais severa. O alivio momentâneo uma fonte de renovada alegria - a realização da distância, uma retomada melancólica desta sensação tão intensa, que não tem nome em outras línguas.

Saudade é um bicho latino - algo que só os lusófonos tem um termo para. Alemães tem o vermissen, mas isso não descreve esse peso da saudade - é mais um "sinto falta disso". Os  anglófonos tem "longing", mas isso não é saudade - é ânsia por rever aquilo que não está mais lá.

Não - saudade é mais que isso. Saudade é um buraco impossível de preencher com facsimiles e proxies do que te faz falta. Só pode ser acalmada com o retorno, antes disso mantém se mastigando o coração da gente, como Nidhoggrr mastiga as raízes de Yggdrasil. Saudade é uma fera insaciável que suga a felicidade, e é uma musa inspiradora que nos devolve em dobro quando o reencontro ocorre. É uma faca de dois  gumes que nos dá alegria nos pequenos momentos de contato, e nos rouba a mesma quando acabam esses fugidios instantes...

Não é fácil definir esse bicho que é a saudade - que faz cada momento longe parecer tão mais longo, e cada lembrança tão mais brilhante. Saudade minha linda. Nunca imaginei que sentiria tanta saudade na minha vida - e nem que seria tão difícil assim lidar com a mesma. Ou com todas as outras saudades, tão menores, mas ainda tão fortes - dos amigos, da família, dos lugares. Das comidas de sempre, dos velhos problemas, do tempo previsível, e daquelas coisinhas tão comuns e tão simples que nos dão alegria, tristeza, raiva e realização... Posso estar na Dinamarca, mas agora posso dizer com certeza: meu coração ficou no Brasil.

P.S: queria que pudesse ter ido comigo na Legoland... Cada pequeno tijolo de LEGO me dava mais saudade e a certeza de que aquele passeio seria infinitamente melhor se você estivesse comigo... Te amo.

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